Esquizofrenia Futebolística
O futebol tem destas coisas.
A maioria de nós transforma-se, cerra os punhos, utiliza o pior vernáculo e faz juras de ódio ao rival.
Foi assim comigo e com Jorge Jesus.
Sempre lhe reconheci o mérito, enquanto treinador do Vitória de Setúbal e do Belenenses, mas passei a considerá-lo insuportável quando representou o Braga e se transferiu para o Benfica.
Na verdade, no que ao Benfica diz respeito, talvez a minha inveja me tivesse dominado e se tenha confundido com o “ódio natural” que se sente pelo rival.
Fanfarrão, Vaidoso, Gingão e autêntico “Assassino da Língua de Camões”.
A sua chegada ao Sporting foi recebida, por mim e por muitos, com entusiasmo.
Os estádios enchiam, a equipa jogava bom futebol, os pontos iam-se acumulando, mas a fanfarronice não diminuía.
Um campeonato disputado até ao último jogo e, como acontece quando joga a Alemanha, no fim venceu o Benfica!
Podemos reduzir a passagem de JJ a este feito, mas eu, mero sportinguista habituado a sofrer e nada ganhar, ainda hoje sinto saudade daquelas épocas.
Não era o treinador perfeito, nem sempre tomava as melhores decisões, adorava inventar quando nada o fazia prever, mas era o Jorge Jesus.
Olhava-se para o banco e lá estava a velha raposa, de cabelo grisalho, para resolver, como fazia, na maioria das vezes.
Desde o verão que o sigo com entusiasmo.
Tornei-me um torcedor do “mengão” desde o Brasileirão à Libertadores.
Falta pouco, para que os flamenguistas possam somar dois títulos que lhes fogem há muitos anos.
A minha sina não engana! Mais uma vez acompanho um clube que fica “no cheirinho”, como dizem por terras brasileiras.
Hoje joga o Megão e #jesusestanocomando!
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