"Quem com ferros mata..."




A forma como nos "obrigam" a viver o dia a dia, depois de mais um atentado terrorista, é idêntica à forma como vamos envelhecendo e "tentamos" escapar a doenças graves: vamos, simplesmente, sobrevivendo!

Quando ouvimos falar em ataques, ou bombardeamentos, em território dominado pelo auto-proclamado "Estado Islâmico", somos inundados por coberturas televisivas que, ao horário das refeições e de reunião familiar, nos obrigam a "engolir" as imagens sangrentas onde, para além dos energúmenos terroristas, também figuram mulheres e crianças inocentes.

Ninguém, no seu perfeito juízo, pode admitir que morram inocentes, quando se decide pela retaliação aos ataques que vamos sofrendo, mas acontece.

De forma, dizem "eles", cirúrgica, são engendrados ataques que acabam, na maioria das vezes, por ir muito para além do pretendido.

Não é justo, não é aceitável e não pode ser assumido como uma prática que deva ser recorrente.5 minutos de televisão, meia dúzia de "opinion makers" e não só ficamos mais "burros", como ainda mais desinformados (chego a pensar que é isso mesmo que pretendem).

Obrigam-nos, inconscientemente, a escolher um lado da barricada e, quer queiramos ou não, o nosso instinto faz-nos repudiar A, B ou C, pelo aspecto, pela indumentária ou pela fisionomia (Não mintam! Todos já pensámos algo deste género! Todos, sem excepção!).

"O autor identificado no ataque de ontem era descendente de refugiados líbios que viviam há 10 anos em Inglaterra..." e o "nosso" cérebro bloqueia aqui! - na palavra "refugiado".Não interessa se aquele pai e aquela mãe são inocentes ou se fugiram apenas de uma outra guerra, para a qual nunca se fizeram convidados!Não interessa se trabalham, se são honestos e, simplesmente, alheios à opção bárbara que o seu filho fez.Limitamo-nos, apenas e só, a bloquear mentalmente na palavra "refugiado"!

E é aqui que começa o problema!

A repulsa, a exclusão e a nossa falta de receptividade, fazem com que estes jovens se sintam sem opção! Não os considero coitados, muito longe disso, mas nós também somos, em parte, culpados por tudo isto.Inseridos num "mundo" que não é o seu, tornam-se mais vulneráveis aos que, em forma de abutres, vivem à sua volta e os escolhem para as práticas que todos sabemos.Arrancados dos seus países, pela raiz, são obrigados, também eles, a fugir e a sobreviver ao mal alheio.

Esta guerra não foi iniciada pelo países muçulmanos. Esta guerra tem pai e mãe...e são ocidentais.

Se "lá" só houvessem pedras e areia, ninguém queria saber deles! Mas existe muito mais que isso e "nós" gostamos tanto de explorar os outros...

Não admito que alguém, que recebemos de braços abertos, nos apunhale pelas costas, ao matar os nossos concidadãos, mas também não admito que se matem pessoas para se invadir países e para lhes sugar aquilo que têm de melhor.

Não há super-potência do ocidente que não tenha as mãos cheias de sangue. Todos usufruíram do mal alheio e implementaram um domínio vigoroso no mundo do petróleo e da exploração de todos os outros recursos que qualquer país possa dar.

É exigível que os países ocidentais se unam e que tenham a coragem de combater, de forma objectiva, o mal que assola o nosso continente.

A maioria dos países não querem ser vistos ao lado daqueles que já sofreram ataques.Pensam que, desta forma, pode ser que não se lembrem deles.

Este flagelo não é só um problema dos EUA, do Reino Unido ou da França. Há muitos outros países no mundo muçulmano que sofrem ataques brutais, sem que sejam notícia.

Mais do que dar abrigo àqueles que dele precisam, é necessário que se criem condições para que estas pessoas fiquem nos seus países, ou nos países vizinhos, onde se possam sentir integrados e compreendidos a nível cultural e religioso.

Enquanto não se perder a vergonha de dizer basta(!), iremos continuar a viver momentos como o de ontem à noite, vindos de pessoas que em nada se importam connosco e que nos vêem, apenas, como obstáculos à possibilidade de poderem continuar a viver nos seus países e nas suas casas.

Esta "guerra" não é religiosa, é, sim, económica e actua de fato e gravata.

Não se deixem manipular.

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