No futebol…


No futebol…

Nem sempre ganha a melhor equipa.
Nem sempre o melhor jogador marca o golo decisivo.
Nem sempre o treinador faz a melhor escolha.
Nem sempre o árbitro é justo na decisão.

Mas, o que é o futebol?

Paixão? Garra? Competição? Clubismo? Simples desporto?
Tudo isto? Nada disto?

No futebol, na maioria das vezes, temos, todos, uma certa tendência para esquecer os valores, os ensinamentos e o civismo que caracteriza o nosso velho continente.
No futebol, reagimos por impulso, no calor do momento, e esquecemos que tudo não passa de um desporto.

11 jogadores contra outros 11 jogadores e, isto tudo, porque nas quatro linhas se encontra uma bola que todos querem no pé, para a projectarem, no segundo seguinte, para dentro de um rectângulo rendilhado!

Isto é o futebol. Estas são as regras primárias do jogo.

Mas, é isto que nos move?
É do desporto que gostamos?
Julgo que, já, não!

Antigamente, no “meu antigamente”, a minha expectativa era ter uma bola.
Era este o meu clube: A bola!
Por mais que gostasse do Sporting, eu queria era jogar futebol!
De calças, de sapatos, de camisa, de ténis, ou verdadeiramente equipado a rigor… o meu fascínio era a bola!
Uma bola de couro, de borracha, fosse o que fosse… só me importava a bola!

Hoje as crianças querem a camisola do clube.
Tornam-se “doentes” com o clube, idolatram o Cristiano Ronaldo, ou outro “astro” qualquer, e mais depressa lhe ganham o jeito do cabelo do que a perícia dos pés.

Lembro-me, em criança, como era a loucura de quando recebia um par de ténis novos ou, imagine-se, umas meias à Sporting!
Não me recordo de pedir uma camisola do clube ao meu Pai.
Sei que a tinha, mas não me lembro de a ter de vestir para adorar futebol!

Hoje, as crianças vestem camisolas da marca oficial (quaisquer 70/80€ compram uma) e são raros os casos em que lhes vejo uma bola na mão.

E por que escrevo eu isto tudo?
Porque acho que este homem, o da fotografia, ainda respira esse tipo de futebol.
O futebol de rua, das balizas sinalizadas com qualquer coisa que fizesse vulto e uma bola: A tal bola que chegava para meia dúzia de miúdos viverem o seu sonho de ser jogador de futebol.

Jorge Jesus faz-se pagar bem, é certo! Mas respira futebol!

Percebe-se que veio do nada. Que não tem estudos académicos. Que não teve a sorte de ter pais favorecidos financeiramente. Mas teve vida! Vida de rua! Vida subida a pulso!

Muitas vezes o critiquei, mesmo sabendo que o seu coração era verde e branco.
Critiquei-o porque era demasiado “benfiquista”!
Não tive a capacidade de perceber, na altura, que era o profissional que falava e não a pessoa.

Todos lhe reconheceram, em tempos, o mérito, a capacidade e a mestria com que trabalha.
Ele vive do futebol, para o futebol e, pelo que dizem, tirou férias apenas duas vezes na sua vida profissional.

Hoje, para espanto meu, aqueles, alguns, que o idolatravam, querem fazer com que se acredite que é um treinador dispensável, que a estrutura é que faz a equipa e não o seu treinador.

Hoje, e porque mudou de sentido na Segunda-Circular, este homem tornou-se incompetente, ainda mais “burro” do que já era e “estúpido”… por decidir treinar uma equipa que tem feito um trajecto bastante humilde nos últimos anos.

Não critico clubes, nem critico adeptos.

Eu gosto de futebol!

Eu, não raras vezes, soube admitir e felicitar o FC Porto e o SL Benfica pelos seus feitos.
Talvez esta até seja uma atitude que caracteriza os Sportinguistas.
Talvez esta seja uma atitude que não é, muitas vezes, retribuída por adeptos de outros clubes.

Mas eu acredito no futebol!

E por isso acredito em Jorge Jesus!

Um homem sem jeito para o discurso, mas que sabe mais de futebol do que qualquer outro em Portugal.

Que sejas bem-vindo a casa Jorge Jesus!

Da mesma forma com que não abandonei o Jamor em Maio passado, sem se ouvir o apito final, também não te ”abandonarei”… sem que faças por o merecer.

Em frente Sporting!


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