A/C do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior…

Em 15 de Maio de 2007, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior fazia sair em comunicado, através do seu gabinete, o seguinte documento…

“Adequação do Ensino Superior ao Processo de Bolonha

Portugal registou durante o ultimo ano progressos significativos na concretização do processo de Bolonha no Ensino Superior, mostrando hoje um desempenho considerável face ao processo em curso em toda a Europa para a modernização da oferta educativa e dos padrões de mobilidade de estudantes no espaço europeu.
Os resultados a nível europeu serão debatidos esta semana em Londres, na reunião bianual dos Ministros com a tutela do Ensino Superior dos 45 países que aderiram ao Processo de Bolonha.

No ano lectivo em curso, de 2006/07, cerca de 38% da oferta de 1º e 2º ciclo de estudos (respectivamente licenciaturas e mestrados) estão a ser oferecidos de acordo com as regras introduzidas no âmbito do Processo de Bolonha, estando previsto que em 2007/08 esse valor atinja cerca de 88% da oferta de ciclos de estudos em Portugal.

Ficarão assim apenas cerca de 12% da oferta de 1º e 2º ciclo para adaptação em 2008/09.

Adicionalmente, todos os estudantes graduados em 2007 já poderão solicitar um Suplemento de Diploma de acordo com as regras de Bolonha, emitido em português e em inglês e correspondendo ao formato europeu.

Também já em 2007, cerca de 70% dos programas oferecidos em universidades públicas aplicam o regime europeu de créditos, ECTS, sendo essa percentagem de cerca de 60% nos institutos politécnicos públicos, 99% nas universidades privadas e de cerca de 70% nos politécnicos privados.

A mobilização considerável das instituições portuguesas e da comunidade académica na adequação ao Processo de Bolonha foi recentemente analisada no âmbito de um inquérito conduzido pela Comissão de Acompanhamento do Processo de Bolonha, com o apoio da Direcção Geral do Ensino Superior, mostrando que Portugal está hoje activamente empenhado em promover as reformas necessárias ao nível do ensino superior para a prossecução dos objectivos de Bolonha.

Este processo foi desenvolvido durante o ultimo ano na sequência da publicação pelo Governo, no início de 2006, de três diplomas que regulamentaram as alterações à Lei de Bases do Sistema Educativo decorrentes da aplicação do Processo de Bolonha no sistema de ensino superior português, nomeadamente:

i) O regime jurídico dos graus e diplomas de ensino superior;

ii) O regime jurídico dos cursos de especialização tecnológica;

iii) O regime especial de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos.
Na sequência da implementação desses diplomas, a Direcção-Geral do Ensino Superior informou recentemente sobre os seguintes registos:

Para 2006/07 deram entrada 895 pedidos de adequação dos cursos existentes
à nova organização, tendo o Director-Geral do Ensino Superior registado 820
cursos (incluindo 636 licenciaturas e 117 mestrados). Foram ainda registados
282 novos cursos (incluindo 86 licenciaturas e 177 mestrados), de um total de
636 pedidos para a criação de novos programas de ensino.

Para 2007/08 deram entrada 1173 pedidos de adequação dos cursos existentes
à nova organização, tendo o Director-Geral do Ensino Superior registado 842 até Abril de 2007 (incluindo 442 licenciaturas e 323 mestrados).

Os requerentes desistiram de 52. Foram ainda registados 366 novos cursos
(incluindo 38 licenciaturas e 279 mestrados), de um total de 1030 pedidos
para a criação de novos programas de ensino.

A adequação dos programas de ensino superior ao Processo de Bolonha deve ser realizada até ao final do ano lectivo de 2008-2009, inclusive, e nela participam, obrigatoriamente, docentes e alunos, designadamente através dos órgãos científico e pedagógico dos estabelecimentos de ensino.

No ano lectivo de 2009-2010, todos os ciclos de estudos devem estar organizados de acordo com o processo europeu de Bolonha.”

Quase dois anos depois, todas estas ideologias políticas, vendedoras de sonhos cor-de-rosa, não se verificaram.
Na maioria dos casos, as Universidades fizeram ajustes apressados, para cumprirem os prazos fixados para a situação, mas não significa, literalmente, que os alunos, principais interessados, tenham vindo a ganhar com essas mudanças…apressadas.
Enquanto estudante do Ensino Superior Português, penso que toda esta situação se resume em 5 factores verdadeiramente importantes e que merecem debate e análise:

- Para o aluno que está perante este processo, o mesmo terá de ter a capacidade de se autonomizar tendo de dar especial importância ao desenvolvimento dos seus conhecimentos.

- Desta forma, o aluno, terá uma maior possibilidade de ser avaliado continuamente sendo assim o estudo teórico acompanhado de uma vertente mais prática, o que leva a que o ensino passe a ser de frequência obrigatoria, na maioria dos cursos.

- Uma das grandes fraquezas do Processo de Bolonha foi, e é, o seu programa de transição, que as universidades portuguesas quiseram fazer chegar às próprias universidade o mais depressa possível, o que não veio contribuir, em nada, para o bom funcionamento e implementação desta ideologia, comportando os programas de cada curso cargas horárias desnecessárias com cadeiras que, na maioria dos casos, deveriam dar lugar a mais horas noutras discilpinas, certamente mais importantes para a fomação em concreto.

- Aliado a esta dificuldade de transição está a ausência de capacidades, por parte do mercado de trabalho, em absorver esta mão-de-obra, não conseguindo reconhecer as mais-valias desenvolvidas pelos alunos com todo este processo.

- O maior problema, ainda inteiramente ligado ao ponto anterior, tem a ver com a distinção que te tende a fazer entre o antigo plano Universitário e a implementação do Processo de Bolonha. Cada vez mais nos deparamos com pré-requisitos existentes nas oportunidades de emprego, distinguindo os dois planos e dando maior importância às pessoas formadas antes da implementação do Processo de Bolonha.

Desta forma, deixo então este post direccionado ao Exmo. Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior na certeza, acérrima, de que o mesmo me enviará resposta, uma vez que sei que lê atentamente as minhas belas dissertações sobre os mais variados temas da actualidade!



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